terça-feira, setembro 26, 2006

 

O Ocorrimento da Ocorrência

Estava eu calmamente a ler "A Cidade e as Serras" de Eça de Queirós (acabara de ler o capítulo em que o peixe fica encravado no elevador para os alimentos), bem aconchegado no meu leito, eis senão quando oiço o movimento de automóveis a estacionar ao pé de minha casa. Era noite cerrada e fiquei bastante amedrontado com a possibilidade de estar a ocorrer um crime. No tempo de o diabo esfregar o olho fui buscar um taco de beisebol ao balde dos chapéus de chuva e desci as escadas tão graciosamente qual elefante saltitando de nenúfar em nenúfar. Fui à cozinha beber um copito de água fresca (era Agosto) e enquanto me aproximava do vestíbulo oiço bater violentamente à porta.
- Pum, pum, pum. Polícia!
- Ora boas noites. Mostre-me o seu distintivo, se me faz o obséquio - disse eu através da porta entreaberta com a corrente metálica.
- Cá está ele - com um movimento subtil mostra-me a identificação e por consequência eu abro a dita porta. Continua ele:
- Já vi que ocorreu por aqui uma ocorrência. Vou ter de o ocorrer à esquadra para ocorrermos do ocorrido.
- Eu é que sei, eu é que ouvi, eu que conto!
- Então justifique-se lá.
- O ocorrido ocorreu assim. Estava eu calmamente a ler "A Cidade e as Serras" de Eça de Queirós (acabara de ler o capítulo em que o peixe fica encravado no elevador para os alimentos), bem aconchegado no meu leito, eis senão quando oiço o movimento de automóveis a estacionar ao pé de minha casa. Era noite cerrada e fiquei bastante amedrontado com a possibilidade de estar a ocorrer um crime. No tempo de o diabo esfregar o olho fui buscar um taco de beisebol ao balde dos chapéus de chuva e desci as escadas tão graciosamente qual elefante saltitando de nenúfar em nenúfar. Fui à cozinha beber um copito de água fresca (era Agosto) e enquanto me aproximava do vestíbulo oiço bater violentamente à porta.
- Pum, pum, pum. Polícia!
- Ora boas noites. Mostre-me o seu distintivo, se me faz o obséquio - disse eu através da porta entreaberta com a corrente metálica.
- Cá está ele - com um movimento subtil mostra-me a identificação e por consequência eu abro a dita porta. Continua ele:
- Já vi que ocorreu por aqui uma ocorrência. Vou ter de o ocorrer à esquadra para ocorrermos do ocorrido.
- Eu é que sei, eu é que ouvi, eu que conto!
- Então justifique-se lá.
- O ocorrido ocorreu assim. Estava eu...


 

Vamos olhar para a morte da bezerra







segunda-feira, setembro 25, 2006

 

Conversas Extremamente Irritantes

- Olhe, desculpe, tem horas?
- Que eu saiba sim, espero ter mais uns minutos de vida.
- Mas não me pode dizer as horas?
- Posso.
- Então diga-mas se faz favor.
- Ora bem, o dia começa às 00.00, depois há a 1.00, 2.00, 3.00, etc.
- Não! Pode-me dizer que horas são.
- "...que horas são"
- Não é isso! Pode-me informar acerca das horas.
- As horas são uma unidade utilizada para medir o tempo. 1 hora = 60 minutos
- E qual é o seu valor actual?
- Não sei, não vi as cotações da bolsa hoje.
- PODE-ME DIZER O QUE MOSTRA O SEU RELÓGIO!!!
- Não precisa de falar assim comigo. Eu não tenho relógio.

- Olhe, desculpe, queria duzentos gramas de fiambre.
- QuantAs gramas?
- Queria duzentOs gramas.
- Queria... e já não quer?
- Não, vou comprar a outro lado...

- Kéflor?
- Não obrigado, não tenho dinheiro...
- 1 flor 1 €
- Não tenho.
- 2 flor 1 €
- Não obrigado.
- E não quer uma tiara luminosa?
- Não obrigado, já tenho.
- Mostra!
- Tá em casa.
- 3 flor e 1 tiara 1 €.
- Aceita Multibanco?
- Não. Vai levantar. Há ali uma caixa.
- [Fugir]

sábado, setembro 23, 2006

 

Ana Malhoa - Uma estrela da manhã

Todos vocês se lembram do Buereré, apresentado pela Ana Malhoa, programa esse que viam nem que fosse pelos desenhos animados. Eu por acaso tive a (des)honra de participar em três programas através da minha Escola, mas prefiro não falar mais desse momento do meu passado. Pois bem, tenho uma notícia para vos dar: esta grande personagem do mundo das celebridades transformou o seu público alvo. Dedicava-se às crianças dos 2 aos 9 anos, e agora aos Homens dos 14 aos 90, o que significa que aqueles que anteriormente a viam no programa podem continuar a vê-la mas de outra forma. Aqui têm a explicação:



Peço desculpa se feri a sensibilidade de alguns, mas isto tinha mesmo de ser exposto.
O ensaio tem mais fotografias (se estão à procura de nu total ele não existe, que eu saiba). Podem ir ao site dela http://www.anamalhoaoficialsite.com/
.
Eu elogio a versatilidade da Ana Malhoa, e espero que ela continue a abrir-se a novas experiências.

sexta-feira, setembro 22, 2006

 

Cor de Burro quando foge

Hoje dirigi-me à papelaria da escola a fim de comprar determinado objecto (de papelaria, como o nome do estabelecimento comercial indica) cuja identificação não é necessária para o desenvolvimento deste post. O fim foi cumprido, mas antes deparei-me com um drama: a simples visão da porta de vidro fez-me perceber que ia ser obrigado a enfrentar uma fila de crianças histéricas que decidiram ir gastar o dinheiro dos pais em canetas de cheiro, correctores de fita que serão destruídos dois dias depois, massas “Fimo” e afins. Para ajudar a passar o tempo comecei a observar o meio envolvente e saltou à vista o expositor de cartolinas.

O parágrafo seguinte foi escrito pela minha segunda personalidade:

Dá vontade de levar para casa este objecto para colocar ao lado da televisão, que, por sua vez, já possui um “napron” oferecido pela vizinha do R/C Direito em agradecimento pelas explicações prestadas ao seu filho de 23 anos (que na opinião dela é apenas muito arisca) e foram essenciais para passar ao 5º ano. A alegria das cores fortes e a sua disposição em “degradê” remetem aos arcos-íris, tornando a aura mais positiva e ajudando a enfrentar o momento em que Camila, da novela “Laços de Família”, recebe a notícia de que tem leucemia. Este post está a ser escrito pela 2ª vez (visto que da primeira o blogger se encontrava em manutenção, eu não reparei, carreguei no botão de “editar”, e PUFF!, desapareceu sem se ter feito “Chocapic”) e foi a energia das cartolinas que me ajudou a recuperar do estado de raiva.

De novo eu:

Se há algo que me intriga profundamente nas cartolinas são os nomes atribuídos às cores delas. Será que ocorrem reuniões para decidir se um determinado verde se vai chamar “Verde Selva” ou “ Verde Gingko Biloba em flor dois dias depois do Equinócio de Março se tiver chovido entre 50 ml e 200 ml de água nesse mês”? O que leva uma pessoa a ver azul escuro como “Azul ultra-marinho”, seguida do “Azul marinho” e do “Azul Jamaica” que são mais claros? Será que a tonalidade 2% mais escura do que o “Amarelo Canário” se chama “Amarelo Bacalhau-à-Brás”?
Ao menos, quando as cores se chamam por exemplo “Castanho 467”, esses nomes não esclarecem ninguém, mas são bem melhores do que ter “Castanho Diarreia”, “Castanho Diarreia Explosiva”, “Castanho Diarreia de Bebé”, “Castanho Peido Molhado”, “Castanho Vómito Fecal”, “Castanho Poia num mar de Rosas”, etc...

Esta visão fez-me lembrar um sketch que vi não sei aonde e que eu vou contar na forma de anedota.

Uma bomba é colocada num escritório de Arquitectura de Interiores.
Chega a Brigada de Minas e Armadilhas que diz assim para o arquitecto:
- Não entre em pânico! Basta abrir a bomba e cortar o fio vermelho!
- Desculpe lá, mas não há vermelho! Temos um fio Indigo, um fio Tâmara do Paraíso, um fio Ultra-borboleta-do-pântano, um fio Fuchsia, etc, etc, mas nada Vermelho.
- Tem de haver... deixe lá pensar...
BUMMMMM!!!!!!!

terça-feira, setembro 19, 2006

 

Histórias infantis são cancros

AVISO: SE NÃO QUER ESTRAGAR AS HISTÓRIAS DA SUA INFÂNCIA NÃO LEIA ESTE COISO

A minha mãe está sempre a dizer que as histórias que todos ouvimos na nossa tenra infância têm na verdade um "background" maligno (eu não costumo usar muitos estrangeirismos mas aqui soava "nice").

Comecemos pelo Capuchinho Vermelho (ou capuzinho vermelho segundo as novas correntes linguísticas dos telejornais em que se prefere a palavra "encapuzado") da autoria dos irmãos Grimm. Salta à vista de qualquer um o facto de o lobo mau ser pedófilo. A forma como ele seduz a criança revela esse ímpio desejo de se satisfazer com a sua carne. Como ele próprio afirmou aos meios da comunicação social e ao próprio capuchinho: "[Tenho a boca tão grande] para te comer melhor". Em segundo lugar este conto faz referência à prostituição infantil: por que motivo há-de uma criança escolher o caminho mais perigoso??? Deixo isto para reflexão individual.

Alice no País das Maravilhas (Lewis Carroll). Todos nós conhecemos este problema tão badalado que é o vício da droga, e este não se resume aos últimos anos. O que é na realidade o cogumelo oferecido senão um potente estupefaciente que provoca alucinações na pobre rapariga. O problema das drogas nas discotecas não é assim tão actual...

Branca de Neve e os Sete Anões (Irmãos Grimm). De novo o problema da droga, neste caso escondida numa suculenta e apetitosa maçã. Toda a história (a começar logo pelo título) sugere uma sessão de sexo orgiástico, uma "ménage à huit".

Bela Adormecida (Charles Perrault). Referências a drogas mais duras, injectáveis, que lhe procaram uma overdose.

Cinderela (Charles Perrault). A violência doméstica e a escravidão posta em prática pelas irmãs e madrasta é evidente.

Hansel and Gretel (Irmãos Grimm). O abandono familiar por vontade da madrasta e as deficiências na alimentação infantil (visto que as crianças querem comer a casa feita de doces) são os dois pontos essenciais.

Doraemon (um japonês qualquer, perguntar à Ana Raquel). Falta de aproveitamento escolar e desinteresse enorme em relação à aprendizagem. Falta de auto-confiança. A hidrocefalia do gato também é preocupante.

Super-Campeões (num sei) . Qual é afinal a curvatura da Terra???

Pequena-Sereia (Hans Christian Anderson). A morte da sereia em prol da vida do príncipe representa o suicídio.

À medida que me lembre de mais histórias irei acrescentando.

sábado, setembro 16, 2006

 

Tunak Tunak Tun

Eu tenho de partilhar isto convosco.
Daler Mehndi é um cantor pop indiano que obteu recordes de vendas no seu país. Tunak Tunak Tun é um dos seus êxitos, que descobri por intermédio de um amigo. Observem o videoclip. Observem a arte...




sexta-feira, setembro 15, 2006

 

What the Bleep Do We Know!?

Hoje tive a primeira aula de filosofia do ano.
Disse a professora:
- Este ano a filosofia desenvolve-se em torno do conhecimento.
Dissemos nós:
- ...
- E vamos ver um filme.
- Yeah...!
- Sobre questões da física quântica e da filosofia.
- ...coiso...

O filme chama-se What the Bleep Do We Know!? (ou What the #$*! Do We Know!?), e é um documentário bastante controverso e conhecido (por isso é que eu nunca tinha ouvido falar dele) feito em 2004.
Abrange psicologia, física quântica, epistemologia, metafísica, neurologia, muitas banhadas e muitas coisas sérias pelo meio. Se quiserem ver um filme para atrofiar o cérebro não vejam este.

Todo o filme roda em torno do princípio da incerteza de Heisenberg blablabla e de sermos nós a decidir aquilo que queremos ver, porque a matéria só é matéria quando estamos a vê-la (porque uma partícula pode estar em vários sítios ao mesmo tempo antes disso) e coisas assim, tudo isto afirmado por cientistas conceituados. Este parágrafo não tem sentido nenhum, mas eu realmente não consigo fazer melhor sem gastar muito espaço...

Aquilo que me faz mais confusão neste filme são algumas das provas, bastante duvidosas, utilizadas para provar algumas ideias já a caminhar para o movimento New Age. Alguns exemplos:
- Os índios não viram os barcos de Colombo a chegar porque não imaginavam sequer uma coisa assim. Só quando um nativo notou nas ondas formadas pelos navios é que se apercebeu da sua existência. Foi avisar a tribo e como a mera ideia passou a existir já conseguiram avistá-los.
- A taxa de criminalidade em Washington é enorme. Fizeram-se estudos e disseram que se pusesse 4000 pessoas a meditar na cidade a taxa diminuiria 25% no verão. E não é que isso aconteceu...
- Um japonês (mais
artista do que cientista) pôs autocolantes com palavras do tipo "amor" e "obrigado" em garrafas de água. Congelou e tirou fotografias dos cristais. Vejam algumas neste site http://www.wellnessgoods.com/messages.asp.
As ideias propostas eram engraçadas mas eu tenho alguma dificuldade em aceitá-las. Se calhar daqui a uns anos vou ser comparado com os que eram a favor da caça às bruxas. Tenho tempo...




quinta-feira, setembro 14, 2006

 

I don't do septembers

Detesto esta altura do ano.


Quando as aulas começam já há um mês que a saga/chaga se prolonga com a publicidade dos hipermercados, as queixas que a minha mãe faz das reuniões de professores quando vem para casa e as cartas cheias de vírgulas do director da escola.

E depois vêm as conversas de "chacha":
- "É tão bom sentir o cheiro dos livros novos!";
- "Este ano tentem descobrir os vossos sonhos. Descubram-nos e tentem alcançá-los. Uns conseguem-no com maior facilidade outros com menos";
- "Alguns de vós continuam como no 3º Ciclo e a selecção natural vai entrar em prática na turma."

Era tão melhor se as aulas começassem no meio (apesar de esta noção ser um pouco contraditória). Não havia horários para escolher, livrinhos para comprar, "lapinhos" para afiar. A porcaria vinha toda em pacote e ao menos não tínhamos trabalho a saltitar alegremente de secretaria em secretaria e a perseguir os professores para tentar trocar as aulas práticas da tarde.
É o meu décimo-primeiro primeiro dia de aulas e já funciona assim. Anseio pela universidade... ou não.

 

Conversa de Elevador


- Boa noite.
- Cá estamos.
- Pois é.
- O que tem de ser tem muita força...
- É verdade.
- Tá f'esquito.
- Tem andado um tempo esquisito.
- Ainda a semana passada era praia e amanhã já são aulas.
- Quem diria. E então, que faz por cá?
- Olhe, criei um blog.
- Diz que sim...

This page is powered by Blogger. Isn't yours?