Conversa de Elevador

Não escrevo aqui faz uma data de tempo.
Peço desculpa aos meus leitores não existentes, aos leitores irregulares, aos leitores de outros blogs que por pouco que não viram o meu, aos que ontem foram ao Colombo, aos que estão com desejos de muffins de chocolate e aos outros, e também à Dona Persistência que eu desrespeitei quando disse assim "Vou escrever no meu blog regularmente" e depois afinal não o fiz.
Durante estes dias tenho andado com a agenda muito preenchida (para quem não sabe eu sou uma pessoa muito ocupada, com uma capacidade de organização fabulosa).
Estive em Itália de 28 de Outubro a 1 de Novembro com muita pena minha que está a fazer Erasmus em Turim, e tive de fazer o sacrifício de faltar 2ª e 3ª feira. Vi assim umas coisas engraçadas (Alpes, museus e coiso), ah e tal aquilo afinal é giro.

Agora que recomecei a escrever já posso voltar a dizer as parvoíces de sempre.

Pois é...
Vou vender hoje o meu antigo violoncelo (para quem não sabia eu toco, ou tento tocar violoncelo). Troquei em Março. Tinha um 3/4 e agora tenho um 4/4 (isto é a mesma coisa que dizer que tenho um violoncelo maior, já do tamanho "adulto"). Até podia dizer: "Ah e tal, que saudades do meu primeiro violoncelo, foi com ele que comecei a minha vida no IGL e passei bons momentos que me levaram à satisfação e felicidade extrema." É verdade que passei bons momentos mas: 1- tenho um violoncelo maior e melhor, 2 - o dinheiro vai deixar de estar empatado, 3 - é mais um espaço no meu quarto, 4- de que me servia ter mais um violoncelo, pequeno de mais para mim?

Um dia ainda hei-de vender o meu actual para ver se arranjo uma coisa decente, mas até lá ainda é preciso tocar muita escala e suite.

Já agora para quem não sabe e tem vergonha de dizer alguma coisa porque acha que um violoncelo é um violino ou um contrabaixo, então eu esclareço:

A Marilyn Monroe era uma estrela.
As estrelas transformam hidrogénio em hélio.
Logo, a Marilyn Monroe transformava hidrogénio em hélio.

Algumas portuguesas são Rosas.
As rosas são cortadas aos bocados e atiradas ao ar.
Logo, algumas portuguesas são cortadas aos bocados e atiradas ao ar.

Eu tenho uma amiga que é muito doce.
Os doces fazem cáries.
Logo, eu tenho uma amiga que faz cáries.

Papel é no papelão.
Vidro é no vidrão.
Embalagens são no embalão.
Logo, cotas são no cotão e padres no padrão.

Alguns militares são cabos.
Os cabos servem para segurar elevadores.
Logo, alguns militares servem para segurar elevadores.

Eu sou alto.
As girafas são altas.
Logo, eu sou uma girafa.

O Bin Laden está escondido.
O meu primo gosta muito de brincar às escondidas.
Logo, o meu primo é o Bin Laden.

As paredes têm ouvidos.
As portas são burras.
Logo, o chão é loiro.

O pai é xão.
Logo, a mãe é tecto.

Ando aqui há horas a pensar no que hei-de escrever neste blog e não tive uma ideia sequer a que eu achasse piada. Estive aqui a pensar "Ah e tal, abri este blog para partilhar algumas coisas engraçadas que tenham ocorrido no meu dia". Das duas uma: ou eu tenho memória de peixe ou os meus dias simplesmente não têm graça absolutamente nenhuma.

O que é que me aconteceu ontem que possa ter graça?
- Dois colegas meus foram para a rua com falta disciplinar a religião.
- Aprofundei os conhecimentos acerca da primeira Lei de Newton.
- Estivemos a fazer danças de roda à porta da sala de aula.
- Comi uma Salsicha Alemã com batatas fritas e arroz ao almoço.
- Descobri que na composição barroca não se devem utilizar quintas e oitavas em movimento paralelo.
- Estive a fazer um concurso com outras duas pessoas para ver quem sabia mais marcas de carros.
- Adormeci no sofá a ver televisão.

Vendo bem, ontem se calhar foi mesmo um dia sem graça nenhuma.

Estava eu calmamente a ler "A Cidade e as Serras" de Eça de Queirós (acabara de ler o capítulo em que o peixe fica encravado no elevador para os alimentos), bem aconchegado no meu leito, eis senão quando oiço o movimento de automóveis a estacionar ao pé de minha casa. Era noite cerrada e fiquei bastante amedrontado com a possibilidade de estar a ocorrer um crime. No tempo de o diabo esfregar o olho fui buscar um taco de beisebol ao balde dos chapéus de chuva e desci as escadas tão graciosamente qual elefante saltitando de nenúfar em nenúfar. Fui à cozinha beber um copito de água fresca (era Agosto) e enquanto me aproximava do vestíbulo oiço bater violentamente à porta.
- Pum, pum, pum. Polícia!
- Ora boas noites. Mostre-me o seu distintivo, se me faz o obséquio - disse eu através da porta entreaberta com a corrente metálica.
- Cá está ele - com um movimento subtil mostra-me a identificação e por consequência eu abro a dita porta. Continua ele:
- Já vi que ocorreu por aqui uma ocorrência. Vou ter de o ocorrer à esquadra para ocorrermos do ocorrido.
- Eu é que sei, eu é que ouvi, eu que conto!
- Então justifique-se lá.
- O ocorrido ocorreu assim. Estava eu calmamente a ler "A Cidade e as Serras" de Eça de Queirós (acabara de ler o capítulo em que o peixe fica encravado no elevador para os alimentos), bem aconchegado no meu leito, eis senão quando oiço o movimento de automóveis a estacionar ao pé de minha casa. Era noite cerrada e fiquei bastante amedrontado com a possibilidade de estar a ocorrer um crime. No tempo de o diabo esfregar o olho fui buscar um taco de beisebol ao balde dos chapéus de chuva e desci as escadas tão graciosamente qual elefante saltitando de nenúfar em nenúfar. Fui à cozinha beber um copito de água fresca (era Agosto) e enquanto me aproximava do vestíbulo oiço bater violentamente à porta.
- Pum, pum, pum. Polícia!
- Ora boas noites. Mostre-me o seu distintivo, se me faz o obséquio - disse eu através da porta entreaberta com a corrente metálica.
- Cá está ele - com um movimento subtil mostra-me a identificação e por consequência eu abro a dita porta. Continua ele:
- Já vi que ocorreu por aqui uma ocorrência. Vou ter de o ocorrer à esquadra para ocorrermos do ocorrido.
- Eu é que sei, eu é que ouvi, eu que conto!
- Então justifique-se lá.
- O ocorrido ocorreu assim. Estava eu...

- Olhe, desculpe, tem horas?
- Que eu saiba sim, espero ter mais uns minutos de vida.
- Mas não me pode dizer as horas?
- Posso.
- Então diga-mas se faz favor.
- Ora bem, o dia começa às 00.00, depois há a 1.00, 2.00, 3.00, etc.
- Não! Pode-me dizer que horas são.
- "...que horas são"
- Não é isso! Pode-me informar acerca das horas.
- As horas são uma unidade utilizada para medir o tempo. 1 hora = 60 minutos
- E qual é o seu valor actual?
- Não sei, não vi as cotações da bolsa hoje.
- PODE-ME DIZER O QUE MOSTRA O SEU RELÓGIO!!!
- Não precisa de falar assim comigo. Eu não tenho relógio.

- Olhe, desculpe, queria duzentos gramas de fiambre.
- QuantAs gramas?
- Queria duzentOs gramas.
- Queria... e já não quer?
- Não, vou comprar a outro lado...

- Kéflor?
- Não obrigado, não tenho dinheiro...
- 1 flor 1 €
- Não tenho.
- 2 flor 1 €
- Não obrigado.
- E não quer uma tiara luminosa?
- Não obrigado, já tenho.
- Mostra!
- Tá em casa.
- 3 flor e 1 tiara 1 €.
- Aceita Multibanco?
- Não. Vai levantar. Há ali uma caixa.
- [Fugir]

Todos vocês se lembram do Buereré, apresentado pela Ana Malhoa, programa esse que viam nem que fosse pelos desenhos animados. Eu por acaso tive a (des)honra de participar em três programas através da minha Escola, mas prefiro não falar mais desse momento do meu passado. Pois bem, tenho uma notícia para vos dar: esta grande personagem do mundo das celebridades transformou o seu público alvo. Dedicava-se às crianças dos 2 aos 9 anos, e agora aos Homens dos 14 aos 90, o que significa que aqueles que anteriormente a viam no programa podem continuar a vê-la mas de outra forma. Aqui têm a explicação:



Peço desculpa se feri a sensibilidade de alguns, mas isto tinha mesmo de ser exposto.
O ensaio tem mais fotografias (se estão à procura de nu total ele não existe, que eu saiba). Podem ir ao site dela http://www.anamalhoaoficialsite.com/.
Eu elogio a versatilidade da Ana Malhoa, e espero que ela continue a abrir-se a novas experiências.